quinta-feira, agosto 19, 2010

E as noites continuam.

Grandes, extensas, infinitas.

Assim como o meu pensamento que teima em voar,

Fazer sentir aquilo que eu não quero sentir,
Tristeza sem razão,
Injustificada.

Parte da minha revolta solitária,
Independente e sozinha.

Tento me absorver,
Sentir-me indiferente,
Ficar à parte.

Não sentir aquilo que não quero sentir,
Que já não consigo suportar.
Cópia exacta daquilo que sempre foi.

Mas continuo a ver aquilo que sempre vi,
À minha frente a acontecer,
Sem nada poder fazer.

Sinto-me impotente,
Mínimo,
Insignificante.

Queria não sentir isto,
Tentar ser normal,
Ter reacções normal.

Mas porque raio não sou assim?

Porque me sinto sempre igual,
Com as mesmas situações,
E vivo exactamente o mesmo durante tantos anos?

Porquê?
Que fiz eu para merecer este sentimento?
Que fiz eu para ser assim?
Pensar assim?
Sentir-me assim?

MESMO QUANDO NÂO ME QUERO SENTIR?!

Não consigo dormir,
O sono desvanece,
A dor na barriga aumenta,
Cria um buraco profundo,
Sem fundo.

Porque não consigo apenas ser feliz?
E tudo aquilo para o qual me esforço e dedico...
Desaparece, subitamente, sem dar sinais.

E fico ali outra vez,
Naquela rua despida de cor,
Silenciosa,
Fria.

Em que não entendo nem de onde vim,
Nem para onde vou.

Onde por cada caminho que tome,
Parece que me leva de volta ao mesmo sitio,
Circundante cíclica.

O que faço afinal?
Se me tiram as asas que me fariam voar,
Se me cortam os pés que me fariam andar
E apenas me deixam as mãos para tentar lutar?

Sozinho na noite,
No escuro,
No frio
E na solidão.

É esse o meu destino.
E todas as tentativas que faça para o mudar,
Acabam por acabar
Em vão.

FODASE! PORQUE ME SINTO ASSIM?!

By Jack 2010

Sem comentários: