domingo, agosto 29, 2010

Dream or Reality ?

Sento-me.

Quando me apercebo aquele muro velho onde estou sentado, reflecte as sombras da árvore em cima de mim.
Olho em frente e tenho uma rua, à qual não encontro o fim.
Percebo que estou no meio de uma cidade, emanam prédios no horizonte por todos os lados, cinzentos, vidraçados.
Reflectem suavemente o brilho do sol tímido que se ostentava enquanto uma leve brisa fresca corria pelas minhas faces.
Pergunto-me onde irá dar esta rua e levanto-me.
Penso para mim "Será que consigo encontrar o fim?"
"Vamos tentar."

Começo a andar. Um passo, dois passos, três passos (...) cem passos.

Chego a um cruzamento e deparo-me com um cenário totalmente incompreensível.

À minha esquerda encontro um caminho que parece ser semelhante ao que percorri até ao momento, apenas se denotavam que havia algumas pessoas na rua andando calmamente.
Tinham um olhar vazio, infinito. Pareciam saber onde iam, mas o olhar não fixava nada, como se estivessem cegas.

À minha direita encontro uma parede alta, feita de pedra. Rústica...

Como poderia uma parede tão antiga estar assim num meio de uma cidade?

No meio de uma estrada, de uma rua inteira, vedando os acessos todos para aquele lado.
O que haveria ali?

Denotava-se no horizonte por trás da parede, um esboço de algo parecido com uma montanha. Mas não se percebia a côr, nem o formato, nem o tamanho.

Rapidamente escolhi e virei à esquerda.

Quando o faço toda a cor existente daquele sol tímido inicial desapareceu.

As ruas ficaram a preto e branco e as pessoas pararam. Queria perceber o que se passava ali, então resolvi caminhar mais.

Parecia um cenário pós-Apocalipse.

Edifícios desfeitos, ruas velhas e abandonadas. Via passar na rua gatos abandonados. Sem côr, com um ar penoso.

De repente oiço um barulho atrás de mim. Uma sirene acabou de tocar, fazendo lembrar o típico aviso sonoro de ataques em quanto guerras.

As pessoas que antes estavam paradas desapareceram, os gatos que atravessavam as ruas começaram a correr.

Ao longe no céu aparecia uma nuvem. Preta, cobria por completo todos os prédios à minha frente. Deslocava-se na minha direcção enquanto chovia sobre toda a cidade.

Comecei a correr. Tentei outra vez alcançar aquele cruzamento e encontrar uma saída daquele mundo que se criou à minha volta.

Vou, viro na primeira rua que encontro, tropeço.

Caio no chão sem perceber onde tropecei e num ápice a nuvem alcançou-me.

De repente, vejo um animal a atravessar a estrada. Parecia um cão. A chuva que caiu em cima dele fez com que ele desaparecesse também. Desfez-se simplesmente.

Acabou por cair em cima de mim também.. E eu, já percebendo que aquele era o meu fim deixei-me estar, não valia a pena fugir mais.

Acordei numa montanha, pensei para mim. Estou morto, cheguei ao céu.

Um sol esplendoroso punha-se no céu, havia famílias por todos o lado sentados, a sorrir e falar.

Crianças corriam prado a fora.

Um rapaz alcançou-me. Pôs-me a mão do ombro e sorriu.

"Bem vindo, estás de parabéns. Conseguis-te ultrapassar o maior desafio da tua vida"

Perplexo, virei-me para ele e sem conseguir proferir uma palavra que fosse ele continuou.

"Chegas-te a uma altura da tua vida em que tiveste de escolher um caminho. Não sabias qual mas quiseste descobrir por ti mesmo e não tiveste medo de descobrir o desconhecido. Na altura certa soubeste enfrentar os problemas e quando deste por ti já os tinhas resolvido"

Nisto acordo.

Estava deitado na minha cama, eram 8 da manhã e a ventoinha refrigerava-me suavemente a cara.

Estava a sonhar.
O que será que significou este sonho?

Não sei.

Mas mais uma vez entendi que não temos de ter medo da nossa vida.
Que não podemos passar directamente para a parte onde não existem problemas.
Temos de lutar por ela.
Tentar alguma coisa.
Enfrentar aquilo que nos tormenta.

E quem sabe na realidade chegaremos a esse prado onde só emana um sentimento de felicidade e não se vêm mais nuvens no céu.

By Jack 2010

quinta-feira, agosto 19, 2010

E as noites continuam.

Grandes, extensas, infinitas.

Assim como o meu pensamento que teima em voar,

Fazer sentir aquilo que eu não quero sentir,
Tristeza sem razão,
Injustificada.

Parte da minha revolta solitária,
Independente e sozinha.

Tento me absorver,
Sentir-me indiferente,
Ficar à parte.

Não sentir aquilo que não quero sentir,
Que já não consigo suportar.
Cópia exacta daquilo que sempre foi.

Mas continuo a ver aquilo que sempre vi,
À minha frente a acontecer,
Sem nada poder fazer.

Sinto-me impotente,
Mínimo,
Insignificante.

Queria não sentir isto,
Tentar ser normal,
Ter reacções normal.

Mas porque raio não sou assim?

Porque me sinto sempre igual,
Com as mesmas situações,
E vivo exactamente o mesmo durante tantos anos?

Porquê?
Que fiz eu para merecer este sentimento?
Que fiz eu para ser assim?
Pensar assim?
Sentir-me assim?

MESMO QUANDO NÂO ME QUERO SENTIR?!

Não consigo dormir,
O sono desvanece,
A dor na barriga aumenta,
Cria um buraco profundo,
Sem fundo.

Porque não consigo apenas ser feliz?
E tudo aquilo para o qual me esforço e dedico...
Desaparece, subitamente, sem dar sinais.

E fico ali outra vez,
Naquela rua despida de cor,
Silenciosa,
Fria.

Em que não entendo nem de onde vim,
Nem para onde vou.

Onde por cada caminho que tome,
Parece que me leva de volta ao mesmo sitio,
Circundante cíclica.

O que faço afinal?
Se me tiram as asas que me fariam voar,
Se me cortam os pés que me fariam andar
E apenas me deixam as mãos para tentar lutar?

Sozinho na noite,
No escuro,
No frio
E na solidão.

É esse o meu destino.
E todas as tentativas que faça para o mudar,
Acabam por acabar
Em vão.

FODASE! PORQUE ME SINTO ASSIM?!

By Jack 2010

sábado, agosto 14, 2010

Férias

Boas,

Venho por este meio anunciar que até ao fim deste mês estarei de férias pelos campos e praias algarvias.

Pelo facto, é normal que não haja muita actividade nem novas entradas da minha parte.

Espero que corram bem, ehhe :D

Abraço a todos!

By Jack 2010

segunda-feira, agosto 02, 2010

We can't Wish what we can't Take

Its all about wish and dreams.

É tudo sobre desejos e sonhos.

Encontro-me aqui,
Desejo aquilo que amava ter,
Aquilo que amo,
Mas sei que não posso ter.

Desejo aquilo com que sonho,
Aquilo que me faz feliz,
Aquilo que me dá força,
Mas não posso ter.

Quero aquilo que desejo,
Aquilo que anseio,
Aquilo em que me vejo.

Tenho um completo devaneio,
Pelicular mas simples,
Repetitivo e habitual.

E como é hábito não posso ter.
Apenas posso ver.

Sem sentido,
Pontual,
Mas ao mesmo tempo,
Por vezes penso que é um sinal.

Adormecido me sinto,
Triste e revoltado.

Queria ser algo que não sou,
Queria ver algo que não vejo,
Queria sentir algo que não sinto.
Queria viver aquilo que não vivo.

Porque?

Ficam sempre com tudo,
Com o bom e do melhor.

Não deixam nada,
Nem mesmo os restos mais banais.

Fazem uso daquilo que é bom se usar,
Manipulam, deitam fora
E deixam andar.

Como se nada fosse,
Como de lixo se tratasse.

Superiores,
Fazem-nos sentir inferiores.

Tentam superar tudo aquilo que não conseguem utilizar.

Espécie nojenta esta,
Feita de pedaços de sociedade,
Feita de supostos e de falsa sabedoria,
Falsos gostos,
Falsos risos ou choros.

Falsidade acima de tudo,
Por cima do mundo,
Daquilo que sonham ser.

Farto de Barbies e de Kennyes,
De desenhos animados que falem todos da mesma coisa,
Dos filmes cor-de-rosa constantes,
De Annas Montannas e de Shakiras,
Ou Justin Beebers e imitações do Snoop Dog.

Superficiais,
Falsas,
Cínicas,
Exibicionistas,
Materialistas.

Estas pessoas que ficam com tudo,
A atenção de quem não merecem.

E aos restantes,
Apenas resta lutar por algo,
E isto se quiserem.

By Jack 2010