Mais um dia..
Começou bem..
Uma multa no meu carro aonde o meu pai estaciona à anos, nas situações financeiras que estamos, eu a levar sandes para escola, porque não tenho dinheiro para ir almoçar fora, a minha mãe sem poder tomar, nem sequer, um café, o meu pai mal da cabeça com uma depressão que raramente vai trabalhar.
Hoje foi daqueles dias que acordar não devia de acontecer.
Hoje preferia que ele tivesse como nos outros dias passados..
Rude da minha parte... Talvez mas hoje ele sentiu-se bem e viemos trabalhar.
Chegamos cá com a multa na mão, 30 euros para o estado, pousei-a ao lado do monte de revistas e listas telefónicas que ele tem para cá. E ali ficou ela como problema menor.
Chegou um e-mail...
O advogado que vai fazer a firma para o meu pai levanta ainda mais problemas.
Mais meses sem receber um tusto sequer.
O dinheiro, controlador de tudo o que se pode fazer na vida, nem sequer espreita.
Saímos, vamos almoçar ao centro comercial, comida brazileira para animar, cruzamento para o centro comercial.
Vem um carro, paramos.
Ele passa.
Vem outro e outro e outro e finalmente um faz pisca para virar e nós temos passagem.
Acelaramos, mas o carro não virou.
Ele foi em frente...
Não podia ser real aquilo... Ela ia passar pela frente... Não ia tocar..
Mas não..
Bastou um segundo..
Uma senhora velha baixinha conduzindo um UNO vermelho acabou de embater no meu carro, aquele carro que eu adoro, que eu amo, que é o meu carrinho. Não tem nada de especial, afinal é só um Fiat Punto, mas era o meu carro, o carro que eu escolhi.
Naquele momento vi vidros a voarem, ouvi os travões dos carros atrás, percebi que tinham-nos batido, o carro deslizou levemente para a direita com a batida...
Saí do carro...
Ela tinha-me partido o carro todo, pensei eu.
Caiu-me o mundo aos pés.
Parte esquerda do carro toda para dentro, capot partido, faróis no chão, MEU DEUS! O MEU CARRO! Não consegui sequer pensar, fui invadido por uma sensação de raiva, de rancor e ao mesmo tempo de perca, tinha o meu carro partido.
Comecei sem pensar a chamar-lhe nomes, baixo pensei eu, até que 2 segundos depois me apercebi que estava a gritar bem alto, não nos supostos murmúrios.
Apetecia-me partir o carro todo à mulher. Deixa-la no chão, imóvel.
Então percebi que o carro dela também não tinha ficado bem....
À minha frente estava um Fiat UNO vermelho, com a frente toda metida para dentro...
Olhei do meu para o dela, pensei qual estaria pior, mas não consegui sequer pensar...
Não conseguía sequer pensar o que fazer...
O meu pai só dizia para ir buscar os coletes amarelos...
Não fosse a policia aparecer e dizer que estavamos sem colete e ainda nos chatear-mos mais por causa disso.
Peguei nas chaves do carro, desliguei o, pensei que seria a ultima vez que o ia ver a trabalhar, tentei não olhar para aquilo tudo, concentrarme apenas nos coletes....
Fui buscalos...
Abri o porta-bagagens, vi os coletes..
Não sei...
Apercebi-me de tudo, aquilo que eu estava a forçar para não sentir, senti.
Veio tudo ao de cima...
Chorei..
Não me envergonho por o ter feito, se chorei foi porque senti aquilo de forma intensa, como uma chama, que me queimava, não por causa do carro em si, mas sim por aquilo que aquele representava para mim.
Olhei para o céu...
Dia limpo, sol, parecia verão em Janeiro.
Pensei "tenho que conseguir" "eu consigo" "tenho de ter forcas".
Por dentro a pergunta "Porquê" mantinha-se acesa aumentando de tamanho como uma bola de neve.
Quando finalmente consegui pensar, pedi desculpas à mulher por lhe ter falado de cabeça quente, por aquela vontade de fazer alguma coisa de mal...
Nesse momento ela diz-me que está com uma depressão nervosa, que está com um processo em tribunal de um trabalho de 18 anos do qual foi despedida, que tinha dado 400€ por aquele carro há 3 dias e que mesmo assim assumia a culpa do que se passou.
Só aqui já me fez pensar em tudo...
Em o como estava a ser infantil... A agir de cabeça quente...
Não tive sequer forma de lhe explicar o quanto estava arrependido de lhe ter dito o que disse, da forma como disse.
Uma palavra só de desculpa que disse não serviu, muito menos quando abriu de novo a boca para dizer "Ia a caminho ter com a minha outra filha e a minha mãe almoçar. Faço anos hoje".
Aí, caiu-me de novo o mundo aos pés...
Como pude eu estragar o aniversário a alguém?
EU! COMO?
COMO podia eu ter sido tão rude com alguém tão modesto como aquela senhora? Que conduzia um FIAT UNO, que não valia metade do meu e que por acaso esqueceu-se do pisca?
EU NãO tinha esse direito...
Mas fiz-o e revoltei-me contra mim mesmo.
Tentei esquecer...
O estúpido do policia quando apareceu disse-me apenas que só ia aos acidentes para passar multas..
Ia o mandando a merda, mas aí lixava tudo..
Olhei para ele com um olhar sarcástico e chamei-o de simpático.
Acabou-se tudo.
O carro ainda funcionava, pelos vistos voltou a pegar.
Encostámo-lo à rua e deixámo-lo lá parado.
Abandonado.
Não no sentido literal, pois ia para arranjar...
Mas como um cão abandonado na rua...
Fui ao Mc.Donals buscar o almoço.
Em vez de ter almoçado no centro comercial nas calmas comi nervosamente no refeitório improvisado do trabalho...
E agora estou aqui..
A escrever isto..
Cansado..
Chateado comigo e com a vida...
Não com a senhor que ia a conduzir o UNO mas com a vida em si.
E comigo também. Só comigo, com mais ninguém.
A vida é assim...
Quando tudo parece se endireitar, volta a cair...
Mas segundo a lógica de tudo se voltar a cair temos de a levantar de novo...
E se voltar a cair..
Bem aí cabe a cada um..
Continuar ou desistir...
"A vida é a preto e branco, cabe-te a ti decidir se a queres colorir ou não"
"A única coisa certa na vida é a dúvida"
"10 Milhões juntos, 10 Milhões separados"
quarta-feira, janeiro 23, 2008
sábado, janeiro 05, 2008
Confuso
E um novo ano começou...
2008 entrou...
E tudo começou... De novo...
Não sei bem o que devo de pensar ou escrever...
Não sei se quer quem eu sou, nem o que faço...
Porquê que tem sempre de ser assim?
Porquê que eu tenho de aguentar e calar e continuar?
Porquê que eu tenho de me levantar e lutar? E continuar a remar?
Porquê e para quê?
Será que tenho de ser mais frio ainda?
Não ter coração?
Não AMAR?
Não ligar aos amigos?
Será que é isso que tenho de fazer?
Mas NÃO! EU NÃO CONSIGO! EU NÃO SOU ASSIM!
Cada virar de costas me doi, me DESTROI, mas ninguém o vê... Ninguém percebe..
Mas eu não posso culpar os outros... A culpa é minha...
Porque é que não consigo ser tão bom quanto os outros?
Porque é que não consigo estar com as pessoas certas nos momentos certos?
E porque é que os outros conseguem?
Porque é que sou posto em segundo?
E porque é que ninguém vê..
Que sou humano, que sinto, que choro, que rio
Porquê que isto se repete?
Porquê é que tento ser tão bom e acabo sendo uma merda?
Porquê que sinto?
Acho que preferia não sentir,
Nem sequer existir...
Chamem-me fraco,
Chamem aquilo que quiserem..
Eu não sei mais o que pensar,
Nem o que escrever,
Aptece-me chorar,
Sinto-me revoltado,
Zangado,
Chateado,
Magoado...
Ja não sei o que ei de ver...
Para onde hei de olhar..
Já não sei mesmo o que fazer...
Esquecer?
2008 entrou...
E tudo começou... De novo...
Não sei bem o que devo de pensar ou escrever...
Não sei se quer quem eu sou, nem o que faço...
Porquê que tem sempre de ser assim?
Porquê que eu tenho de aguentar e calar e continuar?
Porquê que eu tenho de me levantar e lutar? E continuar a remar?
Porquê e para quê?
Será que tenho de ser mais frio ainda?
Não ter coração?
Não AMAR?
Não ligar aos amigos?
Será que é isso que tenho de fazer?
Mas NÃO! EU NÃO CONSIGO! EU NÃO SOU ASSIM!
Cada virar de costas me doi, me DESTROI, mas ninguém o vê... Ninguém percebe..
Mas eu não posso culpar os outros... A culpa é minha...
Porque é que não consigo ser tão bom quanto os outros?
Porque é que não consigo estar com as pessoas certas nos momentos certos?
E porque é que os outros conseguem?
Porque é que sou posto em segundo?
E porque é que ninguém vê..
Que sou humano, que sinto, que choro, que rio
Porquê que isto se repete?
Porquê é que tento ser tão bom e acabo sendo uma merda?
Porquê que sinto?
Acho que preferia não sentir,
Nem sequer existir...
Chamem-me fraco,
Chamem aquilo que quiserem..
Eu não sei mais o que pensar,
Nem o que escrever,
Aptece-me chorar,
Sinto-me revoltado,
Zangado,
Chateado,
Magoado...
Ja não sei o que ei de ver...
Para onde hei de olhar..
Já não sei mesmo o que fazer...
Esquecer?
Subscrever:
Mensagens (Atom)